Maria Alice nasceu dia 17 de Fevereiro de 1930 numa aldeia chamada Charneca do Milharado no concelho de Mafra. Ela era filha única, os seus pais eram pessoas do campo, trabalhavam desde o nascer ao pôr-do-sol. O seu pai chamava-se Joaquim, era conhecido por Quim, ele era moleiro, fabricava a melhor farinha da região. Já a sua mãe, Eugénia, era uma das lavadeiras da aldeia, lavava a roupa no rio, cuidando gentilmente da roupa da família e da roupa que lavava para fora de forma a trazer algum dinheiro para casa.
Durante a sua infância, Maria Alice acompanhava todos os dias a sua mãe na ida até ao rio, onde ficava a brincar com as outras crianças. Era uma criança alegre, sonhadora, divertida e disposta a ajudar os outros naquilo que precisassem. Os seus pais sempre lhe incutiram o valor dado à família, à educação e ao trabalho, desta forma Maria Alice foi uma das poucas raparigas na aldeia que tirou o 4ºano de escolaridade, aprendeu a ler e a escrever.
No período da sua adolescência, Maria Alice era uma rapariga muito bonita e independente, sendo cobiçada por muitos rapazes na terra, no entanto, esta não se mostrava interessada por eles, pois não encontrava aquilo que procurava, o amor da sua vida. Nesta altura da sua vida, Maria Alice vive uma grande perda, a morte da sua mãe, que a deixou muito abalada. E desde aí que sentiu a necessidade de tomar conta do seu pai, da casa, e continuar com a actividade da mãe enquanto lavadeira no rio. Todos os dias Maria Alice, se dirigia para as águas cristalinas do rio e se juntava às outras mulheres para lavarem a roupa. As pedras serviam para esfregar a roupa e escutar as mágoas de quem se juntava à beira rio, para chorar as tristezas e matar a solidão. Durante a lavagem da roupa, Maria Alice cantava esta música de maneira a passar o tempo:
“Água fria, da ribeira,
Água fria que o sol aqueceu,
Velha aldeia, traga a ideia,
Roupa branca que a gente estendeu.
Três corpetes, um avental,
Sete fronhas, um lençol,
Três camisas do enxoval,
Que a freguesa deu ao rol”
Com muito cuidado e selo esta tratava a roupa que recolhia no “rol” procedendo à sua lavagem e secagem ao sol. Posteriormente, entregava a roupa embrulhada numa trouxa às freguesas da cidade. Foi durante uma visita à cidade que Maria Alice conheceu o Francisco, um homem educado e simpático, dono de uma loja de fatos, com quem veio a casar e a ter dois filhos.
Actualmente, Maria Alice tem 60 anos, e vive com o marido na periferia da cidade de Mafra. Os seus filhos emigraram para a europa em busca de novos horizontes e conhecimentos procurando um vida melhor. Maria Alice mantém a sua profissão de lavadeira, é a única lavadeira da cidade, no entanto mantém a sua rotina junto ao rio. Relativamente à sua aparência, os seus traços mais característicos são a face corada pelo sol e as mãos gastas pelas lavagens. É uma pessoa activa na realização das suas actividades, independente, simpática, honesta e não gosta de confusões. Na relação com os outros, tem maior afinidade com as pessoas da sua faixa etária e com as pessoas que conhece, sendo que na presença de desconhecidos é curiosa em saber o que fazem, no entanto, não aborda directamente os estranhos, limitando-se a observá-los atentamente sem dar nas vistas. Não apresenta tiques, não fala muito, mas é sociável.
O texto é o mais patético que circula neste blog. Se for um auto-retrato da autora representa uma personalidade medíocre e cheia de preconceitos e rótulos morais. Não considero que este escrito represente uma personagem, mas, um exprimir de características de quem o escreve não acrescentando qualquer tipo de valor ao blog em questão. E até digo, surpreende-me pela certa carga hipócrita. É o texto que mais detesto no conjunto deste blog
ResponderEliminarEstava com esperança que a autora conseguisse surpreender com a sua escrita, mas, valha-me Deus fica-se por tão pouco
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