Tudo começou
na vila lisboeta da Graça. Entre muitos vive a D. Eduarda Maia, uma senhora de
“se lhe tirar o chapéu”. É uma bela e respeitosa senhora de 68 anos a quem o
destino lhe tinha pregado a partida de a deixar viúva. O senhor Francisco
Maia, da mesma idade, faleceu faz agora vinte anos quando acidentalmente foi
morto num treino do exercito português onde exercia a sua profissão. A sua
morte nunca foi escondida embora para a D. Eduarda permaneça ainda muita
ambígua. Desde o referido acontecimento que são notáveis algumas mudanças na D.
Eduarda. Esta que vivia para os outros, transformou-se numa pessoa mais fria e
intriguista. O seu único filho, o Tomás Maia, de agora 40 anos e solteiro
estudou engenheira agrícola o que o levou a mudar-se para a sua área de
trabalho em Beja, telefonando muito esporadicamente à mãe. Já lá estudava
aquando da morte do pai o que o levou a que nunca mais regressasse a casa. Fisicamente esta é uma senhora bastante elegante para a sua idade. Veste-se sempre a rigor, não dispensa o seu chapéu e ai daquele que não saiba ser um bom crítico de moda.
A D. Eduarda
nunca estudou embora se mantivesse sempre dentro do negócio dos seus pais o
qual acabou por herdar - a casa dos chapéus. Como própria diz: “vai dando
para pagar as contas. Hoje em dia já ninguém liga a casas tradicionais...
antigamente sim, era parte indispensável tanto de um bom homem de negócios como
de uma senhora respeitada.” Além da sua chapelaria a D. Eduarda não dispensa o
seu café matinal na Tasca do Jardim na companhia das suas vizinhas a Maria
Alice e a Xícara das Jóias. Aprecia uma bela conversa com a vizinhança e
não dispensa a utilização do seu dote para a coscuvilhice, apesar de tudo ainda
“dá para atrair a clientela!”.
A qualquer
pessoa que passe não se contém em dizer: "Oh menino/a não vai um
chapeuzinho?!".
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