A minha pedra é de cor preta, tem a forma de um losango, apresenta uma textura suave de um lado e áspera de outro, movimento irregular e um som baixo quando contacta com uma superfície/objecto.
Desta pedra surgiu, a minha personagem, o Martim de Castro. O Martim é um rapaz, actualmente, com 17 anos, que é filho de Bernardo e Anabela de Castro. É filho único, o seu pai é um empresário bem-sucedido, dono de uma empresa de telecomunicações, e a sua mãe não trabalha (nem nunca trabalhou). Viveu até aos 15 anos (2010) em Cascais, com a sua família, altura essa em que, a empresa do pai faliu. Nessa altura, a família de Martim viu-se obrigada a fazer uma mudança (radical) de estilo de vida. Esta mudança de estilo de vida, ou mais propriamente a perda do mesmo, vai de encontro à minha pedra no sentido de, faltar qualquer coisa, haver um vazio, representado a grande maioria das vezes pela cor preta.
Anabela, por estar habituada a um estilo de vida com algum luxo, e sem trabalhar, traiu o seu marido com um dos vizinhos e ficou a residir em Cascais. Por sua vez, Martim e o seu pai Bernardo, viram-se obrigados a mudar para um sítio mais pobre, devido a falta de dinheiro, e foi então que foram viver para a Amadora. Nessa altura, Bernardo arranjou um trabalho como camionista, o que o obriga a passar muito tempo fora de casa.
Martim, depois de abandonar o colégio privado que frequentava em Cascais viu-se obrigado a ingressar numa escola secundária pública. Lá, ele era gozado, maltratado, roubado, etc.. por ser considerado “o menino rico”, algo completamente fora do contexto de onde está inserido (Amadora). Durante algum tempo lutou para se integrar nesta nova e dura realidade e o único caminho que consegui arranjar foi de encontro com o lema “se não os podes vencer, junta-te a eles” e foi isso que fez.
Martim passou a ser um desses “rufias”/ “chungas”, começou a ser um rebelde e a tratar mal as pessoas tanto na escola, como fora dela. Mais uma vez, de encontro a pedra, Martim tinha um lado suave, ou seja, levava uma vida normal de um rapaz de 15 anos, simpático, amigo, etc.. e passou para um lado aspero, mudou totalmente o seu comportamento e passou a ser rude e mau. Um dos motivos que está na origem disto, para além do referido, é o facto de a sua relação com os seus pais ser muito escassa, o que lhe dá a possibilidade de fazer aquilo que quer sem quaisquer repercussões.
Actualmente, com 17 anos, e devido a estes comportamentos, encontra-se a frequentar o 10º ano, tendo reprovado já 2 anos. Nos tempos livres (ou seja, a maior parte do seu tempo, uma vez que, raramente vai as aulas), além de se preocupar em chatear/atormentar as outras pessoas, compõe músicas de Hip-Hop e é conhecido como “McBeach”, pelo facto de ter vivido em Cascais e perto da praia durante muitos anos. Um dos excertos de uma música que esta sempre a cantar, e que é muito famoso na zona onde ele vive, é:
“I'm rolling na Reboleira
Não tenho luxos
Mas sou rico à minha maneira
I'm rolling na Reboleira
Não tenho luxos
Mas sou rico à minha maneira”
Não tenho luxos
Mas sou rico à minha maneira
I'm rolling na Reboleira
Não tenho luxos
Mas sou rico à minha maneira”
Associado a minha pedra e a própria personagem surge também um animal, neste caso, um cão de cor preta, um pitbull. Esta escolha é clara, uma vez que, este tipo de cães, são considerados muito fortes, capazes de derrubar/vencer oponentes maiores que eles, e que se caracterizam, por isso, pela agressividade, vigor, robustez, etc.. ou seja, têm uma grande propensão para a agressividade, se confrontados com certas situações de tensão.
Eu digo que a escolha é clara pelo facto de o Martim/”McBeach”, ser um jovem que não gosta de estabelecer relações com os outros, de forma empática, apenas as estabelece como forma de se impor sobre alguém. Neste sentido, associo a minha personagem, ou seja, alguém que depois de ter passado aquilo que passou, se centra muito em si, no seu espaço, e que só invade o espaço dos outros para provocar o mal, um pouco como o pitbull. Os cães, neste aspecto, são um pouco como as pessoas, ou seja, em termos de personalidade também acabam por ser influenciados pelo meio, por muito que já possam nascer com umas diferenças entre si desde o início, ou com uma predisposição para um determinado temperamento.
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