Antónia Medeiros é uma mulher comum, com uma carreira de sucesso, advogada e professora há 4 anos na Faculdade Clássica de Lisboa, e um casamento de 4 anos diluído durante o seu combate ao cancro da mama.
É caucasiana, tem 1, 67 cm, 55 kg, 34 anos e, uma assimetria ao nível das mamas, uma vez que realizou em Março/2007, uma cirurgia radical – mastectomia unilateral à direita com esvaziamento axilar – e, em Novembro/2007 cirurgia reconstrutiva.
O trabalho foi o seu escape para a rotina durante os 3 anos divididos entre o hospital, as cirurgias, os tratamentos, a culpabilização da sua mãe pela sua situação, o divórcio e o seu filho João de 3 anos de idade. As brincadeiras, os toques afáveis, mas cuidadosos no braço do lado operado, o não poder pegar ao colo, os beijos intermináveis do seu pequenino foram causa das muitas lágrimas que derramou, mas também dos muitos sorrisos esboçados.
Pertencente à Geração Speedy. A sua música é dos The Killers: A Dustland Fairytale.
É uma jovem determinada, que procura o bem-estar, viver o dia-a-dia, com ambos os pais vivos, que são o seu grande suporte, e, um irmão solteiro que vive ainda em casa dos pais com 37 anos. Contudo, já vivenciou o choque de saber que tem cancro e a sua luta, o medo de morrer, de nunca mais ver o seu filho, de ter batalhado por uma carreira em vão…
Os movimentos e gestos, como as mãos para realçar questões e mostrar a sua receptividade, o contacto visual, o olhar atento e inquisidor confere uma misteriosidade, o andar vaidoso e firme de ser mulher e de ter vencido os vários obstáculos.
A capacidade de escuta, atenção e compreensão de quem a rodeia é algo marcado, pois antes de entrar em interacção, procura captar a forma como eles estão neste mundo. Porém, por vezes, o modo como fala e observa deixa muito pouco à vontade os outros para falarem consigo.
Necessita de estar no seu meio ambiente para que consiga reluzir e mostrar a sua diferença, procurando tal como um koala o “abraço permanente a uma árvore”, ou seja, a presença constante na vida daqueles que mais ama e o abraço protector ao seu filho, adoptando uma atitude de defesa quando necessário para distanciar tudo aquilo que lhe possa causar dano ou dor.
[Antónia de Medeiros foi construída pela Ana Filipa Carvalho]
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