quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011


CARTA I – Lisboa, 7 de Fevereiro de 2011


O meu nome é Bernabeu, nasci em Lisboa, tenho 35 anos, e estou prestes a dar uma volta de 360º na minha vida.Estou cansado da vida que levo, para muitos a minha infância teria sido perfeita, mas infelizmente nada é perfeito e sempre me senti oprimido, sempre me forçaram para uma vida que não foi a que eu escolhi.Hoje sou engenheiro ambiental, não constitui família… E se era esse o meu maior sonho! Mas esta angústia dos meus pais de me perderem levou-me a nunca ter oportunidade de arranjar alguém sério para vida. Assim sendo continuo a viver com os meus pais, os mesmo que ainda hoje me querem condicionar a vida. Pois… BASTA!Bem sei que não fui o filho que eles sempre desejaram, e que nem sempre a minha vida seguiu o caminho mais certo, mas algo em mim me diz que não me posso resignar e que “hoje é o dia”.Vou partir!Vou para a Amazónia!Lá vou ser eu, vou puder ser livre e explorar o meu sentido de viver, o meu verdadeiro Mundo!


CARTA II – Durante a viagem para a Amazónia


“Não consigo dominar

Este estado de ansiedade
A pressa de chegar
P'ra não chegar tarde
Não sei de que é que eu fujo
Será desta solidão
Mas porque é que eu recuso
Quem quer dar-me a mão

Vou continuar a procurar a quem eu me quero dar
Porque até aqui eu só

Quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi
Porque eu só quero quem
Quem não conheci
Porque eu só quero quem
Quem eu nunca vi

Esta insatisfação
Não consigo compreender
Sempre esta sensação
Que estou a perder
Tenho pressa de sair
Quero sentir ao chegar
Vontade de partir
P'ra outro lugar

Vou continuar a procurar o meu mundo, o meu lugar
Porque até aqui eu só

Estou bem
Aonde não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou
Porque eu só quero ir
Aonde eu não vou
Porque eu só estou bem
Aonde não estou”


António Variações – Estou além



CARTA III – Amazónia, 10 de Abril de 2011

Estou na Amazónia, cheguei faz meses, tenho andado a explorar, a conhecer o que não conhecia, a viver o que não vivi, a ser quem nunca fui… mas ao mesmo tempo sinto me estranho…. Um vazio toma conta de mim quando escrevo, mas quando vivo a minha aventura sinto me como se fosse este colibri que canta, canta sem nunca se cansar... voando de árvore em árvore… mas esta sensação… ai… esta sensação… sinto que não vivo só, que tenho alguém bem perto de mim… será real ou não passará da minha imaginação, sinto me preenchido aqui, às vezes dou comigo a pensar que tenho uma mulher e um filho… mas bolas! eu não tenho ninguém aqui...não sei mas… sinto me muito confuso… e o meu único desabafo continuas a ser tu meu fiel companheiro... meu querido diário.

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