sexta-feira, 10 de julho de 2009

Avenida da Igreja

Sentadas num banco de rua, três raparigas conversam entre si e ninguém desconfia que são "intrusas" do seu meio natural, que estão ali para os observar, para estudar os seus comportamentos. Olhamos as pessoas que passam e tentamos imaginar o que estão a pensar, para onde se dirigem. Ao mesmo tempo, vamos reparando na sua forma de andar, de olhar, de comunicar com os outros... e ninguém se apercebe que está a ser observado tão profundamente.

Nesta hora passada na rua, encontrei pessoas muito diferentes: alguém que passava com pressa e mal reparava nos outros à sua volta; alguém que passeava calmamente por ali e ia vendo as montras ou reconhecendo alguém na rua e parava para o cumprimentar; alguém que andava muito direito em oposição àquele que andava muito curvado; reconheci mais confiança no andar de uns e mais receio no andar de outros, que tinham muita atenção ao sítio onde colocavam os pés. Havia quem levasse um sorriso no rosto sem razão aparente e havia quem parecesse estar de mau-humor.

No meio de tanta diferença reconhece-se a riqueza daquela avenida, o local ideal para estudar comportamentos humanos e para encontrar elementos das nossas personagens.

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